Como a crise sanitária alterou os dias e as noites de 40% da população mundial
Durante a pandemia da Covid-19, diversos outros problemas de saúde foram desencadeados ou agravados durante o período. Um desses problemas que se tornou frequente, foi o bruxismo; boa parte causado por condições emocionais como o estresse e a ansiedade, gerados pela incerteza da crise sanitária.
O bruxismo, que é caracterizado pelo ranger ou apertar dos dentes, afetou cerca de 84 milhões de brasileiros, que é o equivalente a 40% da população, segunda a Organização Mundial da Saúde (OMS). Dores articulares, dores faciais, desgaste do esmalte e rachaduras nos dentes podem ser sinais de bruxismo. Essas dores, ao contrário do que se pensa, não são de inflamação, são os efeitos colaterais de traumas gerados pela parafunção, fazendo com que o indivíduo não relaxe a musculatura da boca.
Para o dentista, especialista em reabilitação oral, Leonardo Vaz de Castro, a disfunção pode acometer o individuo tanto durante o dia como à noite. “O bruxismo que acontece durante o dia, é chamado de bruxismo em vigília. À noite, pode acontecer o ranger dos dentes sem que seja notado. O aumento foi significativo. Todo dia eu faço placa para fraturas dentarias. Ocorre muito também em quem tem algum tipo de restauração.”
O bruxismo não tem cura, mas tem tratamento. O tratamento é feito com uma placa de contenção, que é uma proteção para não haver desgastes na arcada dentária e é ajustada da maneira correta para o paciente.
Vale ressaltar que não é um relaxamento muscular, mas dá conforto, apesar de ser um acrílico rígido. Por isso, é importante que além do tratamento dentário, seja feito um acompanhamento com outros especialistas. Ainda segundo o especialista, é preciso unir o tratamento dental com uma terapia cognitiva. “A placa vai proteger os dentes, mas não resolve o ranger dos dentes. A terapia acompanhada por um bom profissional, pode ajudar na diminuição do estresse e da ansiedade, e melhorar assim o sono durante a noite”, afirma Leonardo.
